Doação de órgãos: Como é feita? Quem pode e quem não pode doar?

Doação de órgãos: Como é feita? Quem pode e quem não pode doar?

Hoje vamos falar sobre um assunto que está em evidencia, mas que deveria ser mais comentado em nossa sociedade, a Doação de Órgãos. Para quem assim como eu tem curiosidade em saber como é feito vamos ler para se informar.

O número de transplante de órgãos no Brasil aumentou em 15,7% no primeiro semestre de 2017, se comparado com o mesmo período do ano retrasado, não se tem números desse ano. Com essa porcentagem, o País se mantém em um nível intermediário em um ranking de doações no mundo. No entanto, o médico nefrologista e presidente da ABTO (Associação Brasileira de Transplante de Órgãos), Roberto Manfro, acredita que o índice poderia ser mais satisfatório se a população tivesse mais acesso à informação sobre as doações de órgãos.

Falar que a doação de órgãos é tabu não é verdade. Hoje em dia, todas as religiões são a favor dos transplantes e não existe malefício relacionado aos transplantes que tenha sido comprovado. O grande problema é a falta de esclarecimento em relação às doações. Quando as pessoas são esclarecidas, elas entendem e se posicionam a favor. O diagnóstico de morte encefálica no Brasil é um dos mais seguros do mundo, como exige a legislação, mas tem gente não acredita. Por isso, tem que melhorar a quantidade de informações em todos meios: população, agentes de saúde e classe médica.

Uma parte do aumento das notificações é a pessoa deixar claro para a família o desejo de doar seus órgãos. A outra parte das notificações são dos hospitais. Uma lei obriga os hospitais com determinados números de leito a notificarem os casos de morte encefálica.

Órgãos e doações

O nefrologista afirma que os órgãos retirados de uma pessoa saudável que sofreu morte cerebral podem beneficiar pelo menos nove pessoas, que podem receber coração, pulmões, rins, fígado, córneas, pâncreas. Porém, invenções podem inutilizar alguns desses órgãos e tecidos.

 

Como se faz a doação de órgãos?

O paciente que tenha sofrido lesão irreversível do encéfalo e esteja num estado de morte encefálica é um potencial doador pós-morte se em vida ele declarou essa intenção e se a família autoriza essa doação posteriormente à morte. Atualmente podem ser realizadas, entre outras, doações dos seguintes órgãos e tecidos para transplantes: pulmão, pâncreas, vasos sanguíneos, intestino, ossículos do ouvido, pele, coração, válvulas cardíacas, córnea, medula óssea, fígado, rins, tendões e meninges. As doações de órgãos podem ser feitas por pessoas de qualquer idade. No caso de rim, medula, pâncreas, fígado e pulmão a doação pode provir de doador vivo. O estado do órgão a ser transplantado é mais importante que a idade do doador. No entanto, a maioria dos órgãos doados procede de adultos jovens. Os órgãos são removidos com procedimentos similares a uma cirurgia e todas as incisões devem ser fechadas após a conclusão do procedimento.

 

Quem pode e quem não pode doar órgãos?

Tipicamente, os doadores são pessoas sadias que tenham passado por um evento que provocou um dano na cabeça, como acidente com carro, moto, quedas, etc e que estejam em situação de morte encefálica. Só pode se tornar doador o paciente que tiver recebido o diagnóstico de morte encefálica. A decisão quanto à doação pertence à família, independentemente da decisão em vida da pessoa falecida. É, pois, muito importante que uma pessoa que deseja ser uma doadora de órgãos comunique à família esse seu desejo, para que a mesma autorize a doação no momento oportuno. Apesar da morte encefálica, o coração do doador deve permanecer batendo, valendo-se do uso de aparelhos e medicamentos, até o momento da cirurgia de retirada do(s) órgão(s). Se o coração parar de bater, só poderão ser doados alguns tecidos como as córneas, pele e ossos.

Para doar órgãos em vida é necessário ser maior de dezoito anos e juridicamente capaz, estar em condições de doar sem comprometer a saúde, estar em boas condições de saúde, doar um órgão que seja duplo e não impeça o doador de continuar funcionando normalmente, ter um receptor determinado, ser parente até quarto grau ou cônjuge ou, no caso de não parentes, ter autorização judicial.

Não devem ou não podem doar órgãos os pacientes que sofram uma insuficiência orgânica importante, como insuficiência renal, hepática, cardíaca, pulmonar, pancreática ou medular, portadores de doenças transmissíveis por transplante, pacientes com infecção generalizada ou com tumores malignos (exceto tumor primitivo do sistema nervoso central, carcinoma basocelular e carcinoma “in situ” do útero) e pessoas com doenças degenerativas. O dano estrutural de um órgão específico, por acidente, por exemplo, não contraindica nem impede a doação dos demais órgãos.

A doação por menores de idade é permitida somente com autorização de ambos os pais ou responsáveis. Os deficientes mentais não podem ser doadores.